TU, tão negra
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À Giovana
Tu, tão negra
que te moves
como o tigre na colina
que serpeias o corpo
num bailado nu
vestal andrajoso da carne.
tu, parreiral roxo
negras frutas uvas dos seios
entre um baixio
de pássaros e o mistério das furnas
entre cordames de fogo
e a forja redentora das águas
Tu, tão negra
entre teu samba & teu jazz
canta o alvoroço dos vagalhões
e freme no silêncio de uma concha.
redemoinho e espelho
afogada em espumas de vento
e a violência plural das dores jorrantes
tardes que o outono vem trazendo
e marcando com pegadas
nas areias onde os peixes fisgam luares
Tu, tão negra
que te moves
para dentro do meu sonho
ardor andarilho, busca marinha
mádidas frescuras
princípio de precipício
criança, bailarina e pujante mulher
EU, tão negro dentro do meu sono.
(Anderson Dantas, 18/04/2009, Ilha de SC)