sexta-feira, 25 de junho de 2010

XXIII





















XXIII


                                        A Marcos Emílio, in memoriam.



Porque conheço dos humanos
Cara, Crueza,
Te batizo Ventura
Rosto de ninguém
Morte-Ventura
Quando é que vem?

Porque viver na Terra
É sangrar sem conhecer
Te batizo Prisma. Púrpura
Rosto de ninguém
Ungüento
Duna
Quando é que vem?

Porque o corpo
É tão mais vivo quanto morto
Te batizo Riso
Rosto de ninguém
Sonido
Altura
Quando é que vem?



(Hilda Hilst, da morte. odes mínimas)

Total de visualizações de página