A chuva
não tem pecado.
mas apunhala
as vidraças
pelas vidra_
ças
e onde quieta
debruça seu pranto
molhante
o que temos de original para hoje?
engasga-se nos becos
as lamas de sempre
e depois chega
o sol
um ator fanfarrão
que abafa um sopro
e depois mais um.
e uma criança queda no lavatório.
babujado pela baba
asquerosa de
deus.
no pulso não mais trago
o relógio retardante
pois as rodas correram léguas
e só para encontrar um rosto desconhecido
e ausente
não eram mais pássaros
no dia seguinte
e nem chovia
e nem fazia sol
o vento lambeu pele e mais
vento
deitou seu murmúrio
como uma música
acariciada.
não tem pecado.
mas apunhala
as vidraças
pelas vidra_
ças
e onde quieta
debruça seu pranto
molhante
o que temos de original para hoje?
engasga-se nos becos
as lamas de sempre
e depois chega
o sol
um ator fanfarrão
que abafa um sopro
e depois mais um.
e uma criança queda no lavatório.
babujado pela baba
asquerosa de
deus.
no pulso não mais trago
o relógio retardante
pois as rodas correram léguas
e só para encontrar um rosto desconhecido
e ausente
não eram mais pássaros
no dia seguinte
e nem chovia
e nem fazia sol
o vento lambeu pele e mais
vento
deitou seu murmúrio
como uma música
acariciada.
Deu para avistar
um arco que divisava
a cidade
e depois um arco
que parecia ser de um
violino
de um negro e suas notas
nesse espelho ainda havia
um cavalo febril
que embalava seus cascos
e ainda o mar
para que não falte esse
salgado gosto
na garganta
pelos telhados
lavou-se o pó
e a bosta dos pássaros
a bendita chuva.
a lã era um vasto velo
entre rebanho
e campos de algodão
e o arco
e uma miséria sem blues.
E depois, se bem
me
lembro
não houve depois
tudo estava perto,
molhado,
em poças, em cadafalsos
em poços
sem ajustes de corda, sem pecado.
Anderson Dantas, Ilha, 27 Dezembro 2007 (chove na cidade)_