uma casa na estação
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(a hora do homem é a tapera dos ausentes)
aqui
no verão rubro
do peito
aqui
na chuva funda
que cintila
na pupila
e a alegria
infantil
que enche
os campos abertos
as ruínas
da casa
e dos lábios
que murmuram estórias
o olho azul
coleante
doce e severo
que geme nos eucaliptos
descaminhos
que dilaceram
tua perna
trilhos
enquanto sombras
fantasmas estalam
encilham
os cavalos
e desvelam os cães
de nossas
memórias mortas
(aqui
no verão fundo
de nossas chamas)
(Bagé (RS), 13 – 17/02/2010)