noiva
despida
inteira
em luto e gozo
de espadas
que se
entrecruzam.
tardias
são as tardes
metades -
laranjas
numa cor de
lamentos.
Não soubemos
em quais águas
revoltosas
foram-se
para as
agonias
dos outonos.
Fingimos
que descem
essas escadarias
vestindo o
branco
dos lírios
pássaros
mortos
em dentes de
abandono.
mãe
geme baixo
em sua
Torre de
sombras
geme alto
em seu
Carrossel de
ossos
carne
de sua carne
nutre
com leite &
sangue
esta fome
com face
de espanto
esgar de chumbo
e silêncio.
ganindo
despedaçada de
abismos
em seus
espelhos
dulçorosos.
E, por fim
E,
por fim
já tão tarde
e escuro
já-sem-nome
ruge e chora
onde não há
mais
espaço
nem Tempo.
Juraram
os animais
encurralados
que foram
suaves
as mãos
na lisura
de uns céus
marchetados
pela glória
de um
deus-louco.
Nada, diziam.
- Mais nada!
E, por fim
um outro cais
esquecido.
(Anderson Dantas, Ilha, 16/05/2014
Foto: auto-retrato)