![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTpb8ow-fl84tV4xmlWUqTJPDqkTX1FxSxyMvnQ6eK6XISjlp5qn8KlmAq-rJ5osmbLJPCx8VMpLrcKn2FQe4zjK642nOeaAHo_dCnn7Dh1zsc1HNzIP740hxsfgI32re6QXUzlg/s320/carlos+nejar.bmp)
Revelações
_______________
1.
Os animais, como as palavras, não mentem. Os homens, sim.
Mas nalgum recanto, suas palavras os desvelam. Não calam.
Querem a revelação.
O animal possui o mesmo instinto nostálgico dos vocábulos.
Se os símbolos ocultam coisas, só as palavras as dizem.
E sem dizer, são cintos postos na gaveta das rochas.
Tendem a apodrecer. Por inanição, inércia.
Sob a fluvial ferrugem.
2.
A memória é um animal solto sobre o coração.
Que também conhece inércia, apodrecimento.
Sem palavras.
Alegoria
_______________
2.
O relógio é a medida do homem. Mas também objeto concreto da morte.
Como não entrelaçar esse silêncio cósmico de tempo a tempo, que as
palavras pendulam?
Não conhecemos ainda sequer a orla da casa bordada por esta agulha
de magnéticos naufrágios.
(Carlos Nejar, Editora Escrituras)
_______________
1.
Os animais, como as palavras, não mentem. Os homens, sim.
Mas nalgum recanto, suas palavras os desvelam. Não calam.
Querem a revelação.
O animal possui o mesmo instinto nostálgico dos vocábulos.
Se os símbolos ocultam coisas, só as palavras as dizem.
E sem dizer, são cintos postos na gaveta das rochas.
Tendem a apodrecer. Por inanição, inércia.
Sob a fluvial ferrugem.
2.
A memória é um animal solto sobre o coração.
Que também conhece inércia, apodrecimento.
Sem palavras.
Alegoria
_______________
2.
O relógio é a medida do homem. Mas também objeto concreto da morte.
Como não entrelaçar esse silêncio cósmico de tempo a tempo, que as
palavras pendulam?
Não conhecemos ainda sequer a orla da casa bordada por esta agulha
de magnéticos naufrágios.
(Carlos Nejar, Editora Escrituras)