Papoulas em Julho
Pequenas papoulas, pequenas chamas do inferno,
Vocês fazem mal?
Vocês se mexem. Não posso tocá-las.
Meto as mãos entre as chamas. Nada me queima.
E me cansa ficar aqui olhando
Vocês se mexendo assim, enrugadas e rubras, como a pele de uma boca.
Uma boca sangrando.
Pequenas franjas sangrentas!
Há fumos que não posso tocar.
Onde estão seus ópios, suas cápsulas que enjoam?
Se eu pudesse sangrar, ou dormir! –
Se minha boca se unisse a essa ferida!
Ou se seus licores me sedassem, nessa cápsula de vidro.
Entorpecendo e acalmando.
Mas sem cor. Incolor.
(Sylvia Plath, tradução de Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça)
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