FIM DO MUNDO
O chapéu voa da cabeça do cidadão
Em todos os ares retumba-se gritaria.
Caem os telhadores e se despedaçam
E nas costas – lê-se – sobe a maré.
A tempestade chegou, saltam à terra
Mares selvagens que esmagam largos diques.
A maioria das pessoas tem coriza.
Os trens precipitam-se das pontes.
(Jakob Van Hoddis, 1911)
PROGRAMA
Não queremos poesia,
Queremos mágicas, artifícios,
Procuramos tapar na existência fatais vazios
E apesar de imenso esforço, uma atrofia.
Mas o que sabem vocês outros da secreta elevação,
Dos sagrados e histéricos soluços da garganta a chorar,
Quando, consumidos pelo haxixe da alma em imersão,
Beijamos o primeiro degrau, para além de cujo limiar
Os deuses moram?
(Wilhelm Klemm, 1915)
O PASSEIO
Tu, esses quartos
Fixos e as áridas ruas
E o rubro sol das casas,
A infame repugnância de todos
Os livros há muito já folheados –
Não os agüento mais.
Vem, precisamos sair da cidade
Para muito longe.
Vamos deitar-nos em
Suave gramado.
Ameaçadores e tão abandonados,
Contra o absurdamente grande,
Mortalmente azul, brilhante céu,
Levantaremos mãos choradas
E encantados,
Descarnados, apáticos olhos.
(Alfred Lichtenstein, 1913)
* Traduções de Claudia Cavalcanti.
O chapéu voa da cabeça do cidadão
Em todos os ares retumba-se gritaria.
Caem os telhadores e se despedaçam
E nas costas – lê-se – sobe a maré.
A tempestade chegou, saltam à terra
Mares selvagens que esmagam largos diques.
A maioria das pessoas tem coriza.
Os trens precipitam-se das pontes.
(Jakob Van Hoddis, 1911)
PROGRAMA
Não queremos poesia,
Queremos mágicas, artifícios,
Procuramos tapar na existência fatais vazios
E apesar de imenso esforço, uma atrofia.
Mas o que sabem vocês outros da secreta elevação,
Dos sagrados e histéricos soluços da garganta a chorar,
Quando, consumidos pelo haxixe da alma em imersão,
Beijamos o primeiro degrau, para além de cujo limiar
Os deuses moram?
(Wilhelm Klemm, 1915)
O PASSEIO
Tu, esses quartos
Fixos e as áridas ruas
E o rubro sol das casas,
A infame repugnância de todos
Os livros há muito já folheados –
Não os agüento mais.
Vem, precisamos sair da cidade
Para muito longe.
Vamos deitar-nos em
Suave gramado.
Ameaçadores e tão abandonados,
Contra o absurdamente grande,
Mortalmente azul, brilhante céu,
Levantaremos mãos choradas
E encantados,
Descarnados, apáticos olhos.
(Alfred Lichtenstein, 1913)
* Traduções de Claudia Cavalcanti.
Um comentário:
anderson dantas:
fiz a primeira visita ao seu blog,
como você sugeriu na cronópios.
gostei.um blog inteiramente de poesia e com autores que não conheço:já incluí nos favoritos.
moro em ouro preto e no rio,bem mais em ouro preto.foi lá que,por acaso,conheci o nauro.conhecia pouco da poesia dele.neste contacto rápido ele me deu "a nau
de urano",de qualidade lá em cima.
o gullar também o considera um poetaço!vou buscar conhecer o ronald a que você se referiu.
te deixo meu e-mail para algum con-
tacto:
romerioromulo@hotmail.com
um grande abraço.
romério
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