Vícios Sentidos
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1.
na primeira noite,
nenhum cheiro.
nenhum pó.
e quatrocentas celas
abriram-se no núcleo.
2.
Hércules e Onfale
vencida carícia,
nadam entre fogos
e depois sumiram
3.
minha visão
é o martelar
de cem
cavalos cegos.
4.
quer dizer
que nem sempre
passos vão a caminho de.
grácil cruel inútil
5.
Tato.
um bailado mímico
entre o esqueleto
e o girar
que tomba ao fundo.
6.
ver os dedos
como lentos e espessos
cardumes
nem molhados
nem algas.
7.
sétimo sentido
areia e asa
aço vidro e vigias
entrelaçados nós
todos patéticos.
(Anderson Dantas, Ilha de SC)
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Vícios Sentidos
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6 comentários:
Eis que o poeta se levanta...um texto com a tua marca poética... Abraços,Jéferson.
muito bons,os sentidos.
um grande abraço.
romério
Gostei muito das imagens, Anderson. Elas induzem vertigens.
Abraços.
aldemar
Gostei do teu blog, até porque é difícil achar um bom acervo de poesia moderna (principalmente expressionista). Queria poder aprender mais sobre expressionismo na literatura e queria que pudéssemos conversar sobre coisas como Palimpsestos. Sei de alguns estudos a respeito do fenômeno.
Aliás, não falo sobre esse poema, mas li um outro teu ('Amor duplo' e um outro, algo como o 'desespero da água') em que a influência de Trakl me parce nítida ;) acho que mais na composição de imagens e no fato das cores serem constantemente acentos poéticos.
A única forma de comunicação entre nós, por enquanto. Tu mandou um comentário no 'Mahler Jugend', mas deixei de mexer naquele blog há algum tempo (de vez em quando me dá na telha de olhá-lo). Mande comentários neste outro: rorrim-eht.blogspot.com
Enfim. Também tenho um e-mail para contato: eduardo_maraninchi@hotmail.com.
É isso. Até!
Olá,
Busquei pelo Esmagamento das gotas, de Cortázar e achei seu blog. Muito bom. Voltarei mais vezes.
Saudações litárias
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