quarta-feira, 21 de junho de 2006

O SEGUNDO CADERNO
















fine


Siamo sporchi di guerra e Orfeo brulica
d´insetti, è bucato daí pidocchi,
e tu sei morta

Salvatore Quasimodo


sem diálogo pus-me ver
cordames nus cardumes crus
teus cabelos negros

cheirados e mordidos

pimenta e doçuras em sangue misturados.

na ilhalinda de minhas facas costuradas à face
tu laylaluzente e lalenda de lendas e águas
onde jorra james joyce e jorro de jocosos jatos

estou molhado e só por ti. tu que andas morta
e estás morta por dentro de meus olhos
jaz jazida negra
carvão de poema estéril abandonada

não fostes nunca e nunca serás este fogo que me caibo.

porque estás morta e não és eurídice! não és eurídice!
e orfeo sofre com estas feridas de picadas de piolhos!

eu sofro por mim que te quis e nem sabias que morrias
que morria também em frente à ilhaverde de meu rosto
raso de pássaros raso de águasmortas
músico e muito mais que vivo porque poeta
o poeta vermelho que não amas e nem percebes

porque estás morta


Anderson Dantas

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei esse texto, seu iniciar com dizeres em Italiano deu um toque todo especial!!! Eis um texto agressivo, mas ao mesmo tempo doce e suave, é como se alternasse ao céu e ao inferno...muito bom!!!

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