tiro estes verbos de outros
para fazer-te ouro em minha sega de trigo
beirado de vento ao lado de minha palha trêmula
nas neves desse inverno casto
prata vasta vaga nua
o teu magro corpo tem ardências novas a agil(idade)
flexível movida de serpeio e lágrima
amanheci com o coração em festa
foi esta a palavra roubada
porque em festa busca meu corpo
meu eu-funil de fogos castanhos
venho pela senda desta sede
coito de rios
vens. e não sabes. sou outros. animal de revéis.
e(x)sbarro em tua carne amanhec(ida) medo. desconforto.
sanguescuro de tua vulva. te comungo com esta hóstia negra
que é meu altar santo. maldito. como ferrugens.
teu ânus queima, arde. toda minha, dizes.
és meu peixe
a fêmea livre sem redes, digo.
para os dias de sol brincando
os olhos acima sem deus.
porque amas minhas nádegas manancial e peito de funduras
as que não vê.
nas sombras sou um anjo maroto
tenho azuis que me descrêem punhais que me assolam
e uma lua para assassinar
és para mim a cavalgadura
gozo
porque amasmeupau
e meu esperma será teu
alimento. sol. rio.
tiro estas dores de mim e confesso que são feridas novas
Anderson Dantas
Um comentário:
Ler poemas de Anderson Dantas é conhecer uma literatura pra lá de desigual, com seu jeito ímpar de montar as palavras e expor suas idéias, consegue elaborar textos profundos que vai além do imaginário...é preciso uma certa sensibilidade pra tentar compreender o que este autor deseja passar, mas quem o conhece sabe que essa é sua marca registrada!!! Parabéns Anderson, seu Blog está maravilhoso!!!!
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