sábado, 5 de setembro de 2009
O FALCÃO, por HOPKINS
THE WINDHOVER
Eis que avistei esta manhã o amado da manhã, delfim do
reino
da luz-do-dia , Falcão arrebatado pela aurora
mosqueada, em seu cavalgar
No ar encapelado que, sob ele, firme se alisa, e ao galgar
Tanta altura, como se eleva espirilando, preso às rédeas de
uma asa ondulante,
Em seu êxtase! E então lá vai, lá vai balouçante
Qual pé de patim macio desliza em arco retesado; o
arremesso, o planar
Afrontam a ventania. Meu coração escondido, em sigilo,
Batia pelo pássaro – o alcance, a mestria daquilo!
Beleza bruta, bravura, ação, oh! altanaria, plumas,
amplidão –
Aqui concentrai-vos! E a fagulha que então de ti irromper,
um bilhão
De vezes mais amorável, mais temível, Ó meu paladino!
Nem surpreende: ao arar paciente, o arado lá sob o sulco
contínuo
Faísca; e o borralho azul-pálido, ah! meu tesouro,
Ao tombar atrita-se, e abre-se em talhos vermelho-e-ouro.
(Gerard Manley Hopkins, 1844-1889)
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