quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Ambiente Poético I


tantas jóias tontas tonturas tonterias
já rubi sangue vivo vermelhidão sim, jaspe e olhar
negro e escuridão tundras travas trevas troando
e olhar-réptil-esverdeado esmeralda até na garganta
girafas de ouro peixes de prata barcos de bronze
uns lábios de cobre acobreadas visões de deus doido
e abaixo umas pétalas de turmalina e vidro encerado
todas elas já falei muito que lumes pérfidos que.
e muito. cheio do saco. dos minerais. das gentes.

mas topázio?
topázio não.
vês?!
que jóia de palavra
topázio.

e agora que alegria em minhas
vísceras
topázio.
e agora
topázio isto topázio aquilo
topázio
que sonoridade! que som libera
que tigre libertário!

com as garras arranhando
as orquídeas e a oquidão

topázio tigre tantálico titã touro torneado que altura teu nome teu som vejam ouçam T-O-P-Á-Z-I-O separem seus quartos suas coalhadas leitosas-amarelentas nada NADA MAIS será como antes umas feridentas pintinhas nos olhos oleosos NADA como TOPÁZIO e topázio para salvar o mundo sem chances sem rumos sem beiras sem estradas e a cegueira do verme por baixo beijando beijando nada nada no esgoto sem riqueza somente a santidade topázio topázio negro topázio branco topázio de janelas feridas de dentes circunvoantes nas orelhas do lince lince (outra grande santidade!) vem vai voa cai quebra topázio terrume torrada carne e pesado afã vai vem para os tentáculos de titânio tensão brutal carne de pedra e raridade. bela palavra.

Anderson Dantas, escritos esparsos, 2006.
Location:Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

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