TU, tão negra
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À Giovana
Tu, tão negra
que te moves
como o tigre na colina
que serpeias o corpo
num bailado nu
vestal andrajoso da carne.
tu, parreiral roxo
negras frutas uvas dos seios
entre um baixio
de pássaros e o mistério das furnas
entre cordames de fogo
e a forja redentora das águas
Tu, tão negra
entre teu samba & teu jazz
canta o alvoroço dos vagalhões
e freme no silêncio de uma concha.
redemoinho e espelho
afogada em espumas de vento
e a violência plural das dores jorrantes
tardes que o outono vem trazendo
e marcando com pegadas
nas areias onde os peixes fisgam luares
Tu, tão negra
que te moves
para dentro do meu sonho
ardor andarilho, busca marinha
mádidas frescuras
princípio de precipício
criança, bailarina e pujante mulher
EU, tão negro dentro do meu sono.
(Anderson Dantas, 18/04/2009, Ilha de SC)
4 comentários:
anderson:
venho me atualizar com o seu trabalho.
um abraço.
romério
Porra! Adorei esse poema, principalmente por causa de algumas imagens interessantes: "o silêncio da concha", "espumas dos ventos", "peixes fisgam luares"...
algumas coisas notei um dedo do Cruz & Souza, não necessariamente "mádidass frescuras", mas o modo como tu adjetivou...
outras me lembrou Saint John Perse.
E ainda outras... bem, outras parecem ser marca tua.
Muito bom poema
oi Anderson
gostei do poema! mas acho que não tem nada a ver esta "ilustração"....
abraços
Masé
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